ANAIS :: ENAMA 2014
Resumo: 110-1


Poster (Painel)
110-1DIVERSIDADE MICROBIANA DE AMBIENTE CLIMATIZADO PARA USO COLETIVO, EM ZONA RURAL ALAGOANA COM INCIDÊNCIA DE QUIRÓPTEROS
Autores:Brito, A.C. (UFAL-ICBS - Universidade Federal de Alagoas, Inst.Ciênc.Biológicas) ; Pereira F°, J.E.G. (UFAL-FAMED - Universidade Federal de Alagoas, Faculdade de Medicina) ; Lopez, A.M.Q. (UFAL-IQB - Universidade Federal de Alagoas, Inst.Quím. e Biotecnologia)

Resumo

No Brasil, a Portaria nº 3.523/98 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do Ministério da Saúde, regulamenta a instalação, manutenção e limpeza de condicionadores de ar, enquanto a resolução ANVISA 09/2003, e normas técnicas 1-4, regem o tipo de amostragem para o controle microbiológico do ar interior de salas climatizadas de uso coletivo (com seleção de uma amostra de ar exterior como controle). Por outro lado, edificações industriais próximas ao campo têm servido de abrigo para morcegos (Mammalia, Chiroptera), em especial os fitófagos e insetívoros, cuja microbiota fecal em contato com o homem pode resultar em alergias, doenças, perda de produtividade e absenteísmo. Conhecedora do fato, uma indústria petroquímica em Alagoas passou a subsidiar, com autorização e suporte do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente, projeto de captura e transferência de morcegos refugiados sob telhados de seus centros administrativos (CAs) de Pilar (P) e São Miguel dos Campos (SMC), além do monitoramento microbiológico do ar sob tais recintos (CAP=9 salas + corredor; CASMC=3 salas + 3 refeitórios + corredor) antes e depois da efetiva limpeza e vedação dos forros, conforme metodologia (amostragem, distribuição de placas e meios) indicada pela legislação vigente. Após 48-144 h de incubação (33 ±1ºC, escuro, aerobiose ou não), as colônias totais nas culturas foram quantificadas e repicadas para novas placas antes de serem submetidas aos testes clássicos de identificação morfológica e bioquímica (sistemas API 20E/ API 20NE, Biomerieux®). Em 2008 e 2010, a microbiota isolada nas salas do CAs antes do tratamento por desinfecção dos forros com formalina 3% foram: Bacillus megaterium, B. subtilis, Flavobacterium sp, Micrococcus sp, Pseudomonas sp, Serratia marcescens, Staphylococcus aureus, Streptomyces sp, Aspergillus nidulans, A. niger, Mucor sp, Penicillium sp e Rhodotorula sp. Em 2012, essa população microbiana já havia sido completamente inibida nas salas, enquanto na área externa dos CAs ainda foram detectados poucos isolados, como B. megaterium, B. subtilis, Micrococcus sp, S. aureus, Streptococcus sp, Streptomyces sp e Nocardia sp. Após nova busca por morcegos, remoção de seus dejetos e tratamento dos forros de polivinila, novamente foram isoladas colônias de B. megaterium, B. subtilis,Micrococcus sp e S. aureus, ainda que com baixa incidência e dentro do limite recomendado pela Resolução ANVISA nº 09/2003, e provavelmente devido a manipulação dos resíduos.


Palavras-chave:  quirópteros, microrganismos, ar interior, doenças, dejetos